A curiosidade é minha marca principal. Procuro sempre investigar, conhecer, debater.

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Compartilhar o que aprendemos é deixar um legado para as futuras gerações. Além disso, é sinônimo de generosidade e também uma tentativa de ensinar a construir um mundo melhor, um mundo integral, onde tudo e todos importam porque são partes do todo. Compartilhar conhecimento é construir um mundo holístico.

terça-feira, 27 de abril de 2021


 Nunca antes tivemos que conviver com a solidão tão de perto como agora. Se tem uma coisa que essa pandemia nos ensinou é como  é importante estar sempre perto de quem amamos.
Tivemos nesse último ano um vislumbre do que é se sentir sozinho. Seja em casa, no isolamento, ou mesmo numa situação de hospitalização. Agora, aconteça o que acontecer, precisamos ficar sós. 
Creio que a raça humana tinha se esquecido do quanto a solidão pode ser cruel. Muitas pessoas, com certeza, queriam muito estar sem ninguém por perto. Os jovens, por exemplo, tem mesmo essa característica de liberdade, de se livrarem das garras dos pais. No entanto, no momento em que isso nos foi imputado, nos sentimos tão desesperados que nossa única atitude foi fingir que esse vírus mortal era somente uma "gripezinha" e que atingia os mais velhos somente. 
Bem, o vírus se mostrou mais do que isso. Tivemos não só que lidar com a solidão, com o isolamento, como também com a proibição de um abraço, de um beijo, de um aconchego. E tem mais, tivemos que lidar com mudanças radicais em nosso ritmo de vida. Por força, tivemos que aprender mais sobre as tecnologias e tivemos que aprender novas rotas para chegar aonde queríamos.
O vírus é o vilão ou o inquisidor? Ele é o réu ou o juiz? Ninguém sabe. Aliás, ninguém sabe nada sobre esse novo personagem, esse novo ser* que se misturou na nossa sociedade como um alienígena com fome de destruição. Na verdade, esse novo ser precisa da nossa vida para viver e muitos de nós estão dispostos a colaborar. Sim, todas as vezes que negamos sua existência e andamos sem máscaras, não lavamos as mãos, não guardamos o isolamento e ainda utilizamos remédios que os especialistas desconsideram, estamos colaborando para que o vírus viva e nós morramos.
A única coisa que sabemos sobre esse ser intruso e intrometido é que ele mata. Nem todos morrem, é verdade, mas apenas aqueles mais frágeis, mais suscetíveis, mais apavorados. Será? E como saber se somos assim? Nossa percepção de nós mesmo tem estado muito confusa por toda essa modernidade. Nos moldamos, repaginamos, travestimos, transgredimos e "metaforsiamos". No final das contas, quem somos? 
O vírus não quer saber disso. Não importa. Importa somente que ele nos cercou e entramos em "xeque". Muitas pessoas estão loucas para terminar o jogo, mas outros têm tentado evitar o "xeque-mate" com veemência. 
Ok, temos um impasse: não podemos ficar isolados porque definhamos, deprimimos, abatemos, mas também não podemos ficar próximos porque contaminamos, espirramos, morremos. Não tem muito para onde correr, mas tem como contornar. A receita é: primeiro, sigamos as instruções dos especialistas. É o que temos. Segundo, procuramos ocupar nossas mentes com tudo o que podemos, mesmo que sejam coisas bobas ou até inúteis. Desde que façam com que nos sintamos em sociedade, a inutilidade das coisas passa a ser necessária e elas se transformam em úteis. Terceiro, vamos tentar fazer amizade com a solidão e tirar dela ensinamentos, novas rotinas, descobrimento de talentos adormecidos ou que nem sabíamos que tínhamos, ler, ouvir música, recordar. Ainda bem que temos a tecnologia. Hoje em dia não há ninguém na face da terra que não saiba usar um celular. Sim, eu sei, é pouco. Falta o toque. Mas pelo menos é um alento saber que a pessoa do outro lado do celular está bem e saudável e que as chances de abraçar essa pessoa de novo são grandes.
Tudo isso está escrito nas Escrituras. Pena que as pessoas não dão mais importância para a Palavra de Deus. 
Não vai melhorar. O amor quase se esfriará. A saída é tentar dizer para as pessoas que podemos ter uma chance se deixarmos Deus no controle.
Mas vai convencer essa gente?