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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

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PSICOLOGIA E TEOLOGIA

Não é de hoje que existe o impasse entre psicologia e religião. Os posicionamentos contrários aparecem como se ambos os assuntos fossem totalmente excludentes. Para alguns, a Psicologia prega o ateísmo e a religião prega a descrença na ciência. No entanto, se um olhar mais de perto for lançado para esse debate (ou diria embate) podemos nos surpreender ao perceber que tanto a Psicologia quanto a religião podem ser parceiras poderosas e de um único objetivo: o bem estar do ser humano. A questão da Psicologia com a religião ficaria deveras complexa e extensa se pensarmos em todas as religiões. Portanto, vamos nos ater àquela que nos interessa: o Cristianismo.
Uma observação antes: a pretensão de terminar esse debate/embate passa longe do objetivo deste texto, na verdade o que se pretende aqui é apenas sinalizar que existe sim uma forma de Psicologia e Cristianismo conviverem em Paz. Além disso, por mais que possamos por panos quentes em cima desse assunto, haverá sempre alguém para tocar o gongo de um novo assalto de discussões psicológicas e religiosas. Baseado no foco supremo de ambas as partes, isto é, no bem estar do ser humano, há, de fato, condições de tanto a Psicologia como o Cristianismo coexistirem pacificamente dentro de suas teorias e crenças sem que uma anule a outra ou sem que uma desminta a outra. Uma prova disso é que atualmente vemos uma grande quantidade de psicólogos cristãos. Como poderia uma pessoa servir a dois senhores, principalmente quando são (aparentemente) opositores sem desagradar a um deles? A Psicologia gira em torno de um gênio acadêmico chamado Dr. Sigmund Freud e o Cristianismo possui o Maior de todos os mestres, Jesus Cristo. Até aí sem problemas, exceto pelo fato de que o Dr. Freud era declaradamente ateu (embora judeu por nascimento)! E não só ele. A maior parte dos grandes pensadores da Psicologia ou eram ateus ou não exerciam efetivamente sua crença. A “descoberta” dos mecanismos mentais, seu funcionamento e seu tratamento trouxe a idéia de que as crenças religiosas eram puramente necessidades mentais e emocionais das pessoas. A relação com Deus refletia, nesse contexto psicológico, a relação com o próprio pai ou responsável e vice-versa, quer dizer que muitas vezes a relação com o pai se reproduzia na relação com Deus, explicando melhor, se alguém tivesse uma relação difícil com o pai, possivelmente essa relação seria assim com Deus ou mesmo não existiria. Enfim, as teorias psicológicas colocavam a questão da religião, principalmente o Cristianismo, como simples processos mentais inconscientes. Então, durante muito tempo a Psicologia afirmava que o ser humano tinha uma necessidade básica de segurança e, portanto, criava seus deuses e ídolos e essa relação era tão boa/ruim quanto era sua relação com seu próprio pai. Talvez daí tenha nascido a rivalidade entre a Psicologia e o Cristianismo. E, nesse caso, a rivalidade era maior justamente porque o Cristianismo fala de um Pai e este amoroso, cuidador, mas também punidor. Pronto. Feito o embate.
No entanto, com o passar dos tempos e com o desenvolvimento tecnológico, muitas evidências cristãs foram comprovadas e detalhadas. O ser humano passou a não ser tão cético. O embate entre ciência e religião foi aos poucos sendo jogado por terra à medida que muitos cientistas ateus, no objetivo de acabar de vez com essa “ilusão”, descrita pela Psicologia, de um Pai Onipotente, foram tomando consciência da importância física, mental e espiritual da fé religiosa e também das provas científicas e arqueológicas que apareceram, mostrando que a fé em um ser supremo, Deus e Jesus Cristo, não era um produto inconsciente e sim fatos históricos reais e sobrenaturais. Esses mesmos cientistas, diante das evidências, se converteram e admitiram a existência de um Ser Maior no comando do Universo.
A Psicologia não ficou atrás e se rendeu ao fato de que, dentre as diversas qualidades maravilhosas de Jesus, estava o fato de que Ele era o maior Psicólogo de todos os tempos. Jesus sabia lhe dar com o ser humano de modo extraordinário, curando não somente sua condição física, como mental e espiritual. O Sermão do Monte é além de todas as qualificações, uma grande exposição psicológica do comportamento humano, do que é e do que pode vir a ser se aceitarmos as verdades ditas neste Sermão.
Não é incomum que um paciente chegue à terapia com questões que envolvam a sua crença, seja por problemas com a doutrina de uma igreja, repreensões, comportamentos, dúvidas, inseguranças. Os absurdos que chegam às mentes mais frágeis põem em risco a fé e a saúde mental da pessoa. Por exemplo, quando algumas igrejas acusam o crente de não ter fé só porque desenvolveram uma depressão. Essas pessoas chegam ao consultório totalmente arrasadas física, mental e espiritualmente. Fica impossível o psicólogo ignorar a questão religiosa na vida do seu paciente. Há também o outro lado quando essa mesma pessoa arrasada chega ao consultório e à medida que a terapia se desenrola ela descobre que sua fé pode ajudar...e, de fato ajuda!
O psicólogo não deve estimular e nem desencorajar uma pessoa a seguir uma determinada religião. Esse não é o trabalho de um psicólogo idôneo. Na verdade, o psicólogo deve ser o mais imparcial possível. Mas isso não quer dizer que deva fechar os olhos para questões como a religião do seu paciente. Uma prova disso é que os médicos, recentemente, têm verificado o quanto a fé de um paciente pode ajudar na sua recuperação. A despeito do que podiam imaginar a fé, a crença, a certeza de que existe um Deus e um Salvador pode mudar radicalmente o rumo de uma vida, de uma doença, de um transtorno mental.
Alguns médicos já admitem em sua anamnese perguntas do tipo: qual sua religião? Ou qual é a sua fé? No que você acredita? É bem verdade que essas perguntas dão margem para que suas respostas sejam bem amplas, mas por enquanto estamos falando de religião, do religare, daquilo que nos liga ao Divino e que já basta como justificativa de que ciência e religião são sim compatíveis.
Assim, sendo a relação de Deus com a pessoa uma relação de necessidade básica ou não, a Psicologia descobriu que é uma relação acima de tudo, e é funcional, real, produtiva, curativa. E descobriu que tinha muito que aprender com o Cristianismo, principalmente a lidar com aquele ser humano frágil que está diante do profissional. Aos poucos, a Psicologia foi tendo em conta que ao invés de ser contrária ao Cristianismo, ambos podiam ser parceiros, cooperadores de um bem maior. Surge até mesmo a Psicologia da Religião que visa descrever o quanto essa ligação com o Divino influi em nossas vidas emocionais.
Hoje vemos que os psicólogos cristãos estão surgindo no mercado e procurados até mesmo por aqueles que não professam nenhuma fé. Isso porque a ciência aliada a religião forma uma dupla imbatível no combate às mazelas do povo. Uma possui o conhecimento técnico necessário para mostrar que a cura é real e a outra tem o conhecimento espiritual necessário para dar a segurança de que o conhecimento técnico foi dado por um Pai que ama seus filhos e não os abandona. Duas realidades fortes e complementares em prol do ser humano.