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sábado, 19 de abril de 2025


 PÁSCOA

PARTE 4 - O PEIXE

Jesus é o Cordeiro de Deus, que foi morto para que fôssemos libertos de nossos pecados e da morte que ele traz (seja literal ou metafórica). Jesus nos salvou de todas as maneiras. Mas, embora tivesse sido morto, ressuscitou para nos dizer que, se sofremos a sua morte (porque era nossa e Ele a tomou em nosso lugar), também viveremos a sua vida, pois Ele nos dá essa vida em abundância! 

A Páscoa é uma comemoração (comemoração tem origem no latim "commemorare", que significa "trazer à memória" ou "recordar com". O prefixo "com-" indica a ideia de estar junto, e o verbo "memorare" significa "lembrar". Assim, "comemorar" implica em celebrar ou recordar um evento ou pessoa junto com outros, ou seja, celebrar a memória de algo)! Ela possui vários símbolos. O peixe é um deles. 

Afinal, por que comemos peixe na Páscoa, mais especificamente na sexta-feira da Paixão, quando lembramos a morte do Senhor Jesus? 

No Egito, quando o Senhor Deus livrou seu povo da escravidão, eles comeram a carne do cordeiro imolado, cujo sangue nos umbrais das portas, sinalizava que o anjo da morte passaria direto sem ferir ninguém. Mas, nos tempos modernos, é tradição não comer carne vermelha. Em substituição, come-se peixe.

Bem, comer peixe na sexta-feira da Paixão, na Páscoa, é obviamente uma tradição católica. Os católicos acreditam que comer carne nesse dia é um sacrilégio! Mas a Bíblia não fala dessa forma, não há nela nenhuma proibição nesse sentido. Jesus, durante a Páscoa, disse aos seus discípulos que comessem "seu corpo" (simbolizado pelo pão que dividiu - Mateus 26) porque Seu Corpo era dado, em troca do nosso, para libertação dos pecados e para que tivéssemos vida eterna (João 6.52-71). Vamos lembrar novamente que Jesus é o Cordeiro de Deus. 

Olha que interessante: antigamente, era costume de algumas tribos ou povos, comer a carne de um guerreiro quando esse morria para que suas virtudes fossem incorporadas por quem o comesse. De forma figurativa, Jesus estava falando sobre isso, ou seja, comer do seu corpo significava aceitá-lo como salvador e incorporar, receber, sua vida na nossa vida e, com isso, ter Suas Virtudes em nós, sermos como Ele. 

Mas por que o peixe? Onde ele entra nessa história toda?

Na época o pão simbolizava o corpo de Cristo, depois foi usado o peixe que passou a ser um símbolo cristão após a ressurreição de Cristo. Vamos lembrar que os discípulos de Jesus eram, em sua maioria, pescadores. Além disso, a palavra peixe em grego é IXTUS, que é um anagrama para "Iesus Xristos Theos Huios Sopter", que significa "Jesus Cristo, Filho de Deus, o Salvador"). 

A tradição de comer peixe foi instituída pelo papa Urbano II como prática de penitência, e também porque o peixe é (ou era!!!) uma comida barata que todos tinham condição de comprar. 

O bacalhau veio depois porque era um peixe e como tal acessível (bons tempos!) e também porque podia ser conservado em sal por algum tempo (lembrando que em épocas passadas não havia geladeiras) e preparado de várias maneiras.

O peixe não só é uma tradição pascal como também passou a ser um símbolo cristão que prevalece até hoje. Mas, como tal, se fortaleceu durante a época da perseguição dos cristãos. Ele era usado como um símbolo secreto para identificar quem era cristão. O peixe era um símbolo de identificação entre os cristãos, e era mais seguro do que usar a cruz.

Seja como for, a Páscoa é o pleno cumprimento do plano de Salvação de Deus e do que Jesus orientou a seus discípulos nessa mesma ocasião há mais de 2000 anos: “Façam isso em memória de mim” (1 Co 11.25,24). Sendo nós discípulos de Cristo, nossa comemoração da Páscoa deve seguir no sentido de lembrar que um dia Jesus Cristo deu sua vida para que nós não fôssemos mortos. Seu sangue marcou nossos corpos (como o sangue do cordeiro marcou os umbrais da porta) e assim fomos salvos da morte e do pecado.

Trocar ovos de chocolate, coelhinhos ou comendo peixe como tradição, tudo isso é mera brincadeira perto do que realmente a Páscoa representa.

Vamos lembrar de Jesus e do que fez por nós! E lembrar, principalmente, que Ele ressuscitou, está vivo! Não está em túmulo nenhum e nem pendurado numa cruz. Está vivo! E nós teremos vida se lembrarmos e aceitarmos que Ele nos deu! Isso é Páscoa!


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