A curiosidade é minha marca principal. Procuro sempre investigar, conhecer, debater.

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Compartilhar o que aprendemos é deixar um legado para as futuras gerações. Além disso, é sinônimo de generosidade e também uma tentativa de ensinar a construir um mundo melhor, um mundo integral, onde tudo e todos importam porque são partes do todo. Compartilhar conhecimento é construir um mundo holístico.

quarta-feira, 12 de novembro de 2025


 VOCÊ TEM MEDO DE QUÊ?

Terça-feira, Rio de Janeiro, dia 28 de outubro. Uma terça como outra qualquer. Mas, de repente, as notícias chegam rápidas e se espalham como rastilhos de pólvora. Uma operação policial. Mortos, muitos, 121! O cenário é aterrorizante. Os corpos enfileirados no meio da rua. Algumas pessoas chorando; outras apenas curiosas. Vi uma pessoa rindo. Vi uma mãe aflita debruçada sobre seu filho sem vida. 
Todos bandidos perigosos, estupradores, traficantes, assassinos. Menos 4 deles que eram os "heróis". 
Minha reação inicial foi "até que em fim, alguém tomou uma providência decente e deu um jeito nesses caras"! Imediatamente depois dessa reação, senti como um puxão de orelhas! Era o Espírito Santo me perguntando "você não tem vergonha de pensar isso? Essas pessoas morreram sem a salvação!". Ok, a culpa é minha? Minha? Sim, entendi, é minha mesmo! 
Não posso salvar o mundo. Essa não é minha função. Não tenho o chamado de evangelismo e nem missionário de campo. Mas sou discípula de Cristo e, como tal, devo seguir os passos do Senhor Jesus. 
Abaixei a cabeça envergonhada. Sabia que não podia salvar aquelas pessoas, mas Jesus Cristo sim. Sabia que não tinha o chamado de ir lá e falar de Jesus para aquelas pessoas, mas podia ter orado mais, clamado mais, podia ter colaborado mais para que pessoas fossem enviadas a eles. Podia ter feito algo. Me senti inútil, envergonhada e até cruel de no primeiro momento ter gostado da cena! Como posso gostar de uma coisa dessas? Que tipo de cristã sou eu? 
Meu Senhor morreu por mim e também por aqueles homens! E quando ele morreu por mim, eu não era muito diferente deles. Eu também era pecadora! 
Não cometi os mesmos erros que eles, mas cometi outros tantos que, da mesma forma, me condenariam se não fosse meu Senhor a me resgatar da beira do precipício. 
Eu tive esse privilégio. Eles não! Eu fui apresentada a Jesus. Eles não! Eu tive uma chance, eles...não!
Jesus me deu uma missão: ir e pregar o evangelho a todas as pessoas, batizando e ensinando tudo o que Ele me ensinou. Jesus não me deixou só, disse que estaria comigo até a consumação dos tempos. 
Eu sou privilegiada. Sou rica em Cristo. Eles...não! 
Eu lamento muito! Eu sinto muito! Meu coração ficou triste demais, sofrido demais. São homens cruéis sim, mas será que tiveram chances de não ser? Se sim, será que alguém orientou suas escolhas? 
Morro de medo de receber a repreensão de Jesus conforme Ele avisou a Ezequiel que faria: Se eu te mandar e você não for, a pessoa a quem eu te enviei morrerá em sua iniquidade, mas seu sangue vou requerer de você! 
Ok, muitos devem pensar que estou querendo fazer algo impossível e que o impossível está a cargo do Senhor. Não estou querendo fazer o impossível, apenas querendo fazer o que posso fazer e o que fui chamada para fazer. Talvez não pudesse ir lá e falar de Jesus para aquelas pessoas, mas eu não orei, não clamei. O mínimo não fiz. Aí está minha culpa. 
Que Deus me perdoe a displicência! Que Deus perdoe meu descaso! Que Deus perdoe minha petulância!
Que Deus nos perdoe, seus Filhos, pela ausência!

Existe uma música secular, cantada por Alanis Morriset, chamada OFFER (Oferecer). É uma música que nos coloca para refletir. O principal questionamento dela é o meu diante da cena que vi naquela última terça de outubro: "como posso ignorar essas coisas enquanto sou uma privilegiada?" "Meu senso de generosidade fica anulado pelo meu dever de ser boazinha". Leiam 1 Co 13. 

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