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segunda-feira, 6 de junho de 2022

 O GAVIÃO E O  COLEIRINHO

Não gosto de ter e nem de ver pássaros na gaiola. Pássaros foram feitos para serem livres, voar. Não critico aqueles que os tem em gaiolas, desde que não sejam pássaros capturados, retirados a força de sua liberdade. Há criadores autorizados cujos pássaros nasceram em gaiolas (são criadores considerados até como benfeitores de espécies com risco de extinção), nesses casos, tais pássaros nem sabem voar direito, muito menos sobreviver no mundo selvagem lá fora, então, a crueldade maior seria soltá-los em um mundo 100% hostil!! (Aliás, esse mundo selvagem é tão perigoso para eles quanto para nós, né?!), 
Feita essa ressalva, devo confessar que tenho um coleirinho de oito anos que ganhei de um sobrinho. Nasceu na gaiola, infelizmente. Mas é meu protegido, meu companheiro de estudo e de atendimentos (psicoterápicos, é meu co-terapeuta!😊). Somos cúmplices em muitos momentos. E tenho certeza absoluta de que ele me entende, embora em muitas vezes eu não o entenda. (Desculpe parecer meio maluca de falar que um coleirinho me entende, mas tenho uma teoria: acho que os animais são os mais racionais da terra, nós ficamos em segundo plano! Num outro momento, falamos sobre isso).
Sempre coloco o Ragnar Lothbrok (esse é o nome dele, em homenagem ao personagem principal da série Vikings), no parapeito da janela do meu escritório e ali ficamos juntos todos os dias, a tarde e um pouco da noite. À noite, levo o Ragnar para seu cantinho. Ele sempre tenta me bicar quando pego a gaiola. Às vezes deixo, não dói (ele pensa que sim!), é só uma brincadeira. 
Um dia, coloquei o Ragnar na janela e fui tomar café. Lá pelas tantas, Paulo (meu marido, que tem um ouvido apurado e clínico para pássaros: cantos, piado de briga, de medo, de fome, enfim... não disse que os bichos se comunicam claramente?) disse ter ouvido um barulho. Não liguei. Mas, em seguida, eu ouvi. Resolvi checar. Cheguei ao escritório e eis que bem em cima da gaiola do Ragnar, estava um lindo, grande e perigoso gavião carijó!
Que bicho lindo! Que imponência! Que majestade! Mas em cima do meu Ragnar😲!! No susto, levantei os braços e ele voou para longe! Ficamos eu e Ragnar ofegantes, assustados, em choque. Ragnar mal conseguia voltar para o poleiro. A lembrança do gavião não saiu mais da minha cabeça durante o dia todo. Resolvi deixar Ragnar de atestado médico, poupá-lo de seu trabalho ao meu lado, durante alguns dias. 
Mas esse episódio me fez pensar em nossas vidas! Como somos efêmeros! Como somos pássaros engaiolados a mercê de homens maus, que querem nos roubar a vida. Basta somente um momento de descuido e lá estamos nós, acuados e em perigo com as diversas coisas que existem no mundo selvagem para além de nossas gaiolas. Sim, nós também fomos feitos para a liberdade, no entanto, ao contrário do que acontece com os pássaros, somos nós mesmo que nos engaiolamos. Nos engaiolamos nos nossos pecados, nos nossos erros, em nossas escolhas. Escolhemos servir ao mal, e algumas, vezes, ele vem requerer seu servo. O grande problema é que não sabemos a hora que ele vem. O gavião não avisa que vai atacar. Sabemos que quando ele voa piando, está somente mapeando a área. Mas quando o vemos e ele está em silêncio, é perigo! A qualquer momento ele ataca. 
A Bíblia nos admoesta a todo momento a ter cuidado com isso. Quando menos esperamos o inimigo vem. Sorrateiro, certeiro, lindo, sedutor e mortal. 
Jesus disse: Vigiai e orai porque não sabeis a hora em que o ladrão chega (Mt 24.42-44). Sim, o ladrão não avisa que vem, não agenda uma hora conosco para nos roubar sabe-se lá o quê (bens, tempo, vida...), mas nesse mesmo contexto, Jesus diz que o Filho também não avisará de sua chegada. Logo temos que vigiar para não sermos arrebatados pelo inimigo e para estarmos prontos para sermos arrebatados por Jesus. 
Nossa vida é um sopro. O que será daqui a cinco minutos? Não podemos relaxar. Não quer dizer que devemos estar em constante tensão o tempo todo, mas devemos sim estar atentos quanto a nossa alma (mente) e nosso espírito (sopro), porque essas duas coisas são muito fáceis de serem arrebatadas. Se for por Jesus Cristo, somos vencedores e privilegiados, mas se for por...ai! ai! nosso fim será muito, muito ruim.
A propósito, o gavião não é mau como o inimigo de nossas vidas, ele só estava tentando sobreviver. Talvez fosse uma fêmea, querendo levar o almoço para seus filhotes. É a vida. Mas o meu Ragnar não será almoço de ninguém! Nem eu! Ragnar teve a mim para protegê-lo. Eu tenho Jesus! E você? Quem te protege? Vigie, ore, você não sabe quando um gavião virá!


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