A COR FAVORITA DE DEUS
Vamos falar de
preconceitos
Porque para com Deus não há acepção de pessoas. (Romanos 2.11)
No filme “A Cabana”, todas as vezes que o protagonista falava
sobre alguma pessoa, a atriz que interpretava Deus, dizia “gosto especialmente
dessa pessoa”. De tanto o personagem Deus falar isso, o protagonista perguntou
“não há alguém que não seja especial para você?”. É claro que a resposta só
podia ser “não”. Todos são especiais para Deus e Ele ama a todos de uma forma
especial, individualizada, mas sempre na mesma intensidade. O Senhor não faz
distinção entre uma ou outra pessoa. Mesmo que estas não confiem Nele ou não
acreditem em sua existência. Deus não faz acepção de pessoas. Nós sim. Somos
narcisistas de nascença! Tudo o que não é nosso reflexo, tudo o que é diferente
de nós, é discriminado.
É claro que nem todos são assim.
Recentemente fui acusada de preconceituosa porque fiz uma
pergunta que em nada tinha de preconceito, mas que de alguma forma foi ouvida
como tal pela pessoa com quem conversava. Senti-me profundamente magoada com
essa colocação porque nunca me considerei uma pessoa preconceituosa, mas eu
precisava entender o que a pessoa que me acusou disso estava sentindo. Mas a
essa altura o estrago estava feito e não houve jeito de fazer com que a pessoa
entendesse que de forma alguma tinha exercido qualquer forma de preconceito com
ela. Não poderia ser, afinal, tenho em minha vida pessoas que amo e que são consideradas,
digamos assim: “diferentes” pela sociedade (permitam-me não revelar quem são
porque não quero expor tais pessoas justamente por conta desse “despreconceito
velado” da nossa sociedade).
O brasileiro, em sua maioria, é hipócrita. Diz não ser preconceituoso,
mas é o povo mais preconceituoso e “qualquer-coisa-fóbico” que conheço. Aqui há
preconceitos de tudo: cor de pele, opção sexual, religião etc, disfarçados em
lemas e palavras de guerra que ecoam por algumas passeatas supostamente
despretensiosas, mas altamente preconceituosas, porque expõem e iluminam com
holofotes justamente aquilo que pretendem igualar! É um paradoxo.
Atualmente parece que há pandemias dentro da pandemia! E
algumas parecem mais contagiosas e mortais do que a do coronavírus. A pandemia
do preconceito, por exemplo, costuma ser muito contagiosa e muito mortal. E
para conter essa pandemia, os governos do mundo começaram a criar leis e
restrições que em si mesmas acabam sendo tão preconceituosas quanto o próprio
preconceito. De novo o paradoxo.
O preconceito acaba por criar termos e leis que dão luz ao
preconceito que querem inibir. Quando, por exemplo, falamos de leis de cotas
para que negros e índios tenham chances de frequentar uma faculdade, na verdade
estamos reforçando o preconceito já existente de que negros e índios são menos
inteligentes e/ou inferiores, portanto precisam de uma chance. Mas não é esse o
caso. Deus dotou cada um com inteligência. O que negros, índios, brancos,
mulatos, homossexuais, heterossexuais, deficientes, “normais” etc precisam é
que o governo dê condições de saúde, segurança e ensino necessários para o
desenvolvimento de qualquer ser humano.
Vidas negras importam! Esse foi o grito de guerra no ano
passado quando um policial branco matou um homem negro. O mundo se mobilizou
contra essa atrocidade. Foi revoltante mesmo e tínhamos mesmo que “botar a boca
no trombone”. Mas, antes de tudo, devíamos nos mobilizar muito mais contra o
fato de ter ocorrido o assassinato de uma pessoa, não importando a sua cor! Um
ser humano foi morto. Deus nos deu o Mandamento “não matarás” e não especificou
sobre quem não devia ser morto. Sim, vidas negras importam, mas qualquer vida
importa! Deus se importa com qualquer um, e, com certeza, nem sequer verifica a
cor! Deus criou todas as cores! E tudo que Deus criou é bom, então, seja lá
qual sua cor, ela não é melhor nem pior do que a outra, porque Deus valoriza a
todas. Ela só é diferente! E viva a diferença! Deus nos fez únicos! Nem os
gêmeos idênticos são totalmente idênticos! Cada um tem sua individualidade e
beleza.
Quando falo em cores aqui, quero dizer não só a cor da pele,
mas todos os fatores que são discriminantes, ou seja, falo do negro, do
homossexual, da mulher, do deficiente, enfim, de todas essas pessoas que são
discriminadas por não serem nosso espelho! Nós, costumamos nominar e diminuir
tudo o que é diferente de nós, porque o “diferente” nos assusta. Por exemplo,
os descendentes de Abrãao eram chamados de hebreus que naqueles tempos, no
Egito, era quase um sinônimo para escravos. Isso porque eles eram um povo bem
diferenciado dos egípcios e, é claro, mais numeroso. Os negros, em geral, são
outro exemplo e bem semelhante ao exemplo dos hebreus. Eles são uma raça de
estrutura física muito forte, mais do que os brancos, logo, para não se
tornarem uma “ameaça”, foram escravizados e depreciados! É assim que funciona o
preconceito.
No entanto, em Cristo Jesus, somos todos iguais, todos
nivelados apesar de diferentes. Nossas diferenças dizem respeito a nossas
funções diferentes e vidas diferentes, mas como disse Paulo em Colossensses
3.11 nessa nova vida já não há diferença
entre gregos e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e
livre, mas Cristo é tudo e está em todos.
Então, vamos deixar de lado as diferenças e as discursões de
cores e escolhas e tratar cada um como especial. Vamos apenas ser iguais no
modo de viver que Cristo nos ensinou, só assim veremos que nossas diferenças
colorem a vida e a tornam mais bela e divertida. Deus não tem cor predileta e
nem pessoa predileta porque Ele fez todas as coisas, então, todas as coisas são
boas. O que nos deixou acromáticos foi o pecado, mas este, uma vez abandonado
na cruz de Cristo devolveu nossas cores e vida.
Parabéns Nairlene!! Texto tremendo!
ResponderExcluirQue bom que gostou!
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