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sábado, 19 de abril de 2025


 PÁSCOA

PARTE 4 - O PEIXE

Jesus é o Cordeiro de Deus, que foi morto para que fôssemos libertos de nossos pecados e da morte que ele traz (seja literal ou metafórica). Jesus nos salvou de todas as maneiras. Mas, embora tivesse sido morto, ressuscitou para nos dizer que, se sofremos a sua morte (porque era nossa e Ele a tomou em nosso lugar), também viveremos a sua vida, pois Ele nos dá essa vida em abundância! 

A Páscoa é uma comemoração (comemoração tem origem no latim "commemorare", que significa "trazer à memória" ou "recordar com". O prefixo "com-" indica a ideia de estar junto, e o verbo "memorare" significa "lembrar". Assim, "comemorar" implica em celebrar ou recordar um evento ou pessoa junto com outros, ou seja, celebrar a memória de algo)! Ela possui vários símbolos. O peixe é um deles. 

Afinal, por que comemos peixe na Páscoa, mais especificamente na sexta-feira da Paixão, quando lembramos a morte do Senhor Jesus? 

No Egito, quando o Senhor Deus livrou seu povo da escravidão, eles comeram a carne do cordeiro imolado, cujo sangue nos umbrais das portas, sinalizava que o anjo da morte passaria direto sem ferir ninguém. Mas, nos tempos modernos, é tradição não comer carne vermelha. Em substituição, come-se peixe.

Bem, comer peixe na sexta-feira da Paixão, na Páscoa, é obviamente uma tradição católica. Os católicos acreditam que comer carne nesse dia é um sacrilégio! Mas a Bíblia não fala dessa forma, não há nela nenhuma proibição nesse sentido. Jesus, durante a Páscoa, disse aos seus discípulos que comessem "seu corpo" (simbolizado pelo pão que dividiu - Mateus 26) porque Seu Corpo era dado, em troca do nosso, para libertação dos pecados e para que tivéssemos vida eterna (João 6.52-71). Vamos lembrar novamente que Jesus é o Cordeiro de Deus. 

Olha que interessante: antigamente, era costume de algumas tribos ou povos, comer a carne de um guerreiro quando esse morria para que suas virtudes fossem incorporadas por quem o comesse. De forma figurativa, Jesus estava falando sobre isso, ou seja, comer do seu corpo significava aceitá-lo como salvador e incorporar, receber, sua vida na nossa vida e, com isso, ter Suas Virtudes em nós, sermos como Ele. 

Mas por que o peixe? Onde ele entra nessa história toda?

Na época o pão simbolizava o corpo de Cristo, depois foi usado o peixe que passou a ser um símbolo cristão após a ressurreição de Cristo. Vamos lembrar que os discípulos de Jesus eram, em sua maioria, pescadores. Além disso, a palavra peixe em grego é IXTUS, que é um anagrama para "Iesus Xristos Theos Huios Sopter", que significa "Jesus Cristo, Filho de Deus, o Salvador"). 

A tradição de comer peixe foi instituída pelo papa Urbano II como prática de penitência, e também porque o peixe é (ou era!!!) uma comida barata que todos tinham condição de comprar. 

O bacalhau veio depois porque era um peixe e como tal acessível (bons tempos!) e também porque podia ser conservado em sal por algum tempo (lembrando que em épocas passadas não havia geladeiras) e preparado de várias maneiras.

O peixe não só é uma tradição pascal como também passou a ser um símbolo cristão que prevalece até hoje. Mas, como tal, se fortaleceu durante a época da perseguição dos cristãos. Ele era usado como um símbolo secreto para identificar quem era cristão. O peixe era um símbolo de identificação entre os cristãos, e era mais seguro do que usar a cruz.

Seja como for, a Páscoa é o pleno cumprimento do plano de Salvação de Deus e do que Jesus orientou a seus discípulos nessa mesma ocasião há mais de 2000 anos: “Façam isso em memória de mim” (1 Co 11.25,24). Sendo nós discípulos de Cristo, nossa comemoração da Páscoa deve seguir no sentido de lembrar que um dia Jesus Cristo deu sua vida para que nós não fôssemos mortos. Seu sangue marcou nossos corpos (como o sangue do cordeiro marcou os umbrais da porta) e assim fomos salvos da morte e do pecado.

Trocar ovos de chocolate, coelhinhos ou comendo peixe como tradição, tudo isso é mera brincadeira perto do que realmente a Páscoa representa.

Vamos lembrar de Jesus e do que fez por nós! E lembrar, principalmente, que Ele ressuscitou, está vivo! Não está em túmulo nenhum e nem pendurado numa cruz. Está vivo! E nós teremos vida se lembrarmos e aceitarmos que Ele nos deu! Isso é Páscoa!


quarta-feira, 16 de abril de 2025

 

PÁSCOA 

PARTE 3 - O COELHO


Sabemos que a Páscoa é a comemoração da libertação do povo hebreu do cativeiro egípcio. Nessa ocasião, Moisés, comandado por Deus, foi o líder que levou o povo a Terra Prometida. O sangue de um cordeiro, sem defeitos, deveria ser passado nos umbrais das portas para que o anjo da morte não matasse os primogênitos das casas que não tivesse essa marca.

Mais tarde, o sangue de Jesus Cristo, que morreu na cruz para nos libertar do pecado e da morte que o pecado traz, é a marca que os Filhos de Deus carregam para mostrar que somos livres da escravidão da morte (o pecado). Jesus é o Cordeiro Pascal, o Cordeiro de Deus.

Ok, mas...onde entra o coelho nessa história?

Na parte três desse tema tão importante, vimos que o ovo de Páscoa, feito de chocolate, simbolizava o novo nascimento e a ressurreição de Cristo. Mas e o coelho?

Bem, o coelho se tornou um dos símbolo da Páscoa porque representa fertilidade, renascimento e vida nova. 

O coelho é um animal que se reproduz rapidamente, com muitas ninhadas por ano. No Antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. O coelho é também um símbolo da deusa Eostre, que representa a fertilidade e a primavera. 

O coelho é o primeiro animal a sair da toca após o inverno, simbolizando o renascimento. Na Páscoa cristã, que celebra a ressurreição de Jesus Cristo, o coelho também passou a representar a ideia de renascimento e vida nova. Existem lendas que apontam que um coelho foi o primeiro ser a presenciar a ressurreição de Jesus. 

Mas a tradição do coelho da Páscoa surgiu, de fato, no século XVI, na Alemanha. Lá, o coelho da Páscoa é um popular personagem lendário que distribui presentes, análogo ao Papai Noel em muitas culturas. 

Embora a simbologia do coelho seja um pouco fraca dentro das festividades da Páscoa, ele se tornou tão popular que quando vemos um coelho, pensamos logo nos ovos de chocolate e que a Páscoa (hora de ganhar ovos de chocolate e coelhos de pelúcia) chegou! Isso tirou todo o significado profundo da Páscoa, e, infelizmente, a reverência e a lembrança  que devemos ter por tudo o que aconteceu há mais de 2000 anos!


sexta-feira, 11 de abril de 2025


 PÁSCOA 
PARTE 2 - OVOS DE CHOCOLATE

A palavra Páscoa vem do hebraico, Pessach, que significa “passagem”. A palavra tem tudo a ver com a “passagem” do povo hebreu de escravos para livres e a “passagem” de Jesus Cristo da morte para a vida – ressurreição.  A Páscoa é uma festa comemorativa, ordenada por Deus, para lembrarmos que fomos salvos, antes, da escravidão do Egito e depois do pecado e da morte que ele provoca (seja literal ou espiritual). Fomos salvos pelo sangue do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. Esse sangue foi o preço pago por nossas vidas. Foi um resgate. E um resgate muito caro. Difícil é imaginar que alguém deu sua própria vida por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8-11).

 

Mas, se a Páscoa é algo tão sério, profundo e maravilhoso, por que um dos seus símbolos da Páscoa é um ovo de chocolate? O que tem a ver o ovo e o chocolate com a Páscoa?

 

Na Europa, bem antes do nascimento de Jesus, era costume trocar e comer ovos (de galinha mesmo) no equinócio da Primavera, para comemorar o fim do inverno. O ovo simbolizava um renascimento, uma renovação. 

Bem mais tarde, já na nossa era, quando a Páscoa cristã era celebrada, o rito pagão de festejar a Primavera, com trocas de ovos, foi incorporado a Semana Santa e o ovo passou a significar a ressurreição de Jesus. 

 

Ou seja, para comemorar a Páscoa, davam ovos de presente! Depois passaram a pintar os ovos para presentear. Isso porque no século 13, o rei inglês Eduardo I deu de presente, na Páscoa, ovos embalados em folhas de ouro, para seus cortesãos!

 

Os ovos se tornaram ovos de chocolate pelo seguinte: o chocolate (antigamente) era uma bebida muito cara! Além disso, e também por conta disso (de ser caro) os teólogos do catolicismo achavam que beber chocolate na Páscoa infringiria a prática de jejum, comum na quaresma naqueles tempos. Mas, depois, a bebida chocolate foi aceita durante o jejum. E, com o passar dos tempos, quando ele começou a ser produzido em barras, os ovos passaram a ser feitos de chocolate. Essa novidade aconteceu em 1873, através da empresa Fry´s, que criou o primeiro ovo de Páscoa de chocolate. Uma iguaria de luxo, na época (só naquela época 😁?)!

A partir daí, os ovos de chocolate, na Páscoa, passaram a ser presenteados (trocados como antes se fazia com os ovos de galinha) e tiveram a conotação da ressurreição de Cristo! Renascimento!

 

segunda-feira, 7 de abril de 2025


 PÁSCOA

Interessante como comemoramos a Páscoa! 
Durante muitos anos, desde pequena, pensava que Páscoa significava comer ovos de chocolate e reunir a família em um almoço para comer bacalhau (que, por sinal, sempre foi uma comida cara! Nossa família não era pobre, mas também não era rica a ponto de ter bacalhau como uma comida do dia a dia. Era mais na Páscoa mesmo!).
Só quando me tornei cristã é que comecei a perceber a importância da Páscoa e seu real significado.

Tudo começou lá em Êxodo! O povo de Deus, Israel, estava escravizado pelos egípcios. O Senhor não gostou nada disso e levantou um homem para liderá-los até a Terra Prometida,  Canaã! O nome desse homem era Moisés! A ele, Deus delegou poderes para libertar o povo. Dez pragas caíram sobre o Egito e não sobre a terra de Gósen, vizinha do Egito, bem pertinho, onde moravam os hebreus (israelitas, judeus, que seja! Em Êxodo, eram chamados hebreus. Em outro momento, falo sobre esses nomes). No entanto, faraó estava irredutível. Mas então, a última praga se tornou a pior de todas: a morte dos primogênitos! 
Para que os hebreus não fossem atingidos, Deus ordenou que se sacrificasse um cordeiro e que seu sangue fosse passado nos umbrais das portas das casas dos hebreus. Mas a ordem não foi tão simples assim. Foi preciso antes um verdadeiro cerimonial. O cordeiro, por exemplo, deveria ser macho de um ano, sem defeito. Deveria ser separado no décimo dia do primeiro mês do ano hebraico, que se chamava Nisan, e que corresponde aos meses de março/abril do nosso calendário. No 14º dia, deveria ser imolado no crepúsculo da tarde. O anjo da morte passaria naquela noite e levaria todos os primogênitos cujas casas não tinha a "marca do cordeiro" (seu sangue no umbral). É claro, que todos em Gósen tinham essa marca, mas os egípcios não. Então, todos os primogênitos dos egípcios, homens e animais, morreram. A partir daí, faraó liberou o povo hebreu do cativeiro e eles rumaram sob a liderança de Moisés, comandado por Deus, para a Terra Prometida.

Séculos mais tarde, o povo se encontrava escravizado novamente, dessa vez seu "Egito" era o pecado. O povo era escravo de vícios, de homens, de pornografias, de imoralidades etc. Deus novamente colocou em prática seu plano de Salvação. Dessa vez, o cordeiro a ser sacrificado era seu próprio Filho: Jesus Cristo. Um cordeiro sem defeitos, imolado para expiação (limpeza, destruição) dos pecados do povo (eles e nós). Agora o sangue desse cordeiro não estava mais nos umbrais das portas, mas sobre nós. A partir desse sacrifício, fomos libertos do Egito...dos nossos pecados! Limpos, expiados, lavados, livres! 

A Páscoa foi uma festa instituída por Deus para que lembremos que o Cordeiro de Deus morreu em nosso lugar. Ele deu sua vida para que tivéssemos vida e vida em abundância. A Páscoa, então, é algo sério demais! Profundo! E espiritualmente maravilhoso! Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, é o Cordeiro que nos liberta dos pecados. Ele morreu por uma gente que nem merecia esse sacrifício. Morreu por amor! E o espetacular disso tudo é que Ele ressuscitou!! Morreu sim, mas venceu a morte! A Páscoa é em memória desse Deus e Homem extraordinário que se sacrificou em nosso lugar e depois ressurgiu para nos dizer que, com Ele, somos vencedores! Venceremos até a morte! Teremos vida e vida eterna, abundante! 

É claro que coelhinhos e ovos de chocolate e bacalhau são muito legais na Páscoa. Mas saibam que não tem nada a ver com a Páscoa de Deus. Com o culto que devemos lhe prestar porque fomos libertos! 

Mas, então, porque existem esses símbolos na Páscoa? De onde vem isso?

Falo sobre isso nas próximas postagens!

sábado, 8 de fevereiro de 2025


 A IGREJA PRIMITIVA
A imagem que vocês estão vendo acima é a capa de um livro que estou lendo. A história é contada por Eusébio, chamado e conhecido como Eusébio de Cesareia, bispo de Cesareia. Eusébio tem o epíteto de "pai da história da Igreja", e de fato era um historiador brilhante dessa época. Seus escritos são de suma importância para o conhecimento do cristianismo primitivo. Ele é considerado o primeiro historiador do cristianismo. Eusébio viveu de 265 à 339 d.C, no momento em que os acontecimentos ligados a Jesus Cristo estavam bem "fresquinhos", por assim dizer.
É um livro muito interessante. Vale a pena ler. Mas dois pontos abordados me chamaram muito a atenção. Um pela velocidade dos acontecimentos e outro pela violência dos acontecimentos.
O primeiro, a velocidade dos acontecimentos, diz respeito a como todos os ensinamentos de Jesus Cristo, tão recentes e tão marcados na memória do povo, começaram a ser meio que distorcidos no decorrer do tempo. Pedro, o apóstolo, foi colocado pelo próprio Jesus como um chefe de Sua Igreja, um líder. Mas após a morte de Pedro, outros o foram sucedendo numa espécie de dinastia. E cada "rei", líder ou (como diz o João do Apocalipse) "anjo" da igreja, instalava ali sua doutrina. Eusébio vem de um tempo bem posterior ao dos apóstolos, mas conheceu pessoas que conheceram os apóstolos (alguns deles). Por isso, Eusébio relata os sucessores de Pedro e, em suas histórias, avalia seu "bispado" como bom ou ruim. Ele tem um olhar bem crítico das suas gestões.
O segundo ponto de atenção diz respeito a violência dos acontecimentos. e nesse ponto, sabemos bem que os cristãos foram perseguidos e mortos. Alguns torturados e martirizados. Eusébio conta algumas dessas mortes com detalhes perturbadores. Temos que literalmente "ter estômago" para não passar mal com os detalhes. Sabemos que esses martírios eram terríveis, mas, creiam, vocês nem imaginam o quanto até lerem a História Eclesiástica de Eusébio.
E o que isso tudo me faz refletir ou me acrescenta como cristã? 
Simples. Estamos vivendo uma época maravilhosa do cristianismo. As perseguições que sofremos não chegam nem aos pés do que as que sofreram "nossos pais". Somos privilegiados pelo tempo e pela história que comprova que nossa fé é uma fé racional (Rm 12; 1 Pe 3.15), não se trata de fantasias ou histórias da Carochinha, mas de história literal, real. 
Mas minha reflexão preocupada está direcionada para o fato de como a igreja acaba se moldando aos tempos modernos (como se moldou aos "tempos modernos" daquele tempo de Eusébio) de forma tão rápida. O mundo tem entrado na igreja com força, quando na verdade é a igreja que deveria ir ao mundo resgatar almas perdidas. Nesse ponto, atualmente nossas igrejas têm se desviado de forma mais contundente e enfática do que foi com a igreja primitiva. 
Claro que nem todas estão no mundo, mas as que estão, que cristãos têm formado? Verdadeiros? Que adoram o Senhor em espírito e em verdade (Jo 4.23)? Que não negam sua fé mesmo diante de perseguições e risco de vida?
Jesus morreu por nós. Será que temos coragem de morrer por Ele? Ou faremos como Pedro e os outros apóstolos: fugiremos, negaremos?
A igreja atual precisa formar cristãos fortes e adoradores e não simpatizantes. Precisa discipular seus membros para serem fortes e corajosos (Js 1) em Cristo Jesus. Naquele tempo de Eusébio, havia perseguições terríveis. Hoje também há, mas bem menos terríveis do que naquela época, mas virão tempos que isso vai ficar mais severo e sério. Estamos preparados? Ou seremos Pedro? 

segunda-feira, 23 de setembro de 2024


 OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO

Quando eu era adolescente e estava no meu (antigo) 2º grau, minha escola fazia com que lêssemos um livro por semestre e depois tínhamos que fazer prova sobre o livro. Era difícil para um bando de crianças na época. Mas valeu demais porque aprendi a gostar de livros (não e-books), aprendi a escrever e aprendi o valor dos grandes autores. 
Recentemente, tive vontade de fazer algumas releituras. Comecei com o livro que achei o mais difícil na época: O Ateneu, de Raul Pompéia. Li, e ainda achei difícil! Mas, pelo menos, compreendi melhor a história!...eu acho...
Agora estou relendo um clássico de Érico Veríssimo (um dos meus escritores prediletos e pai de outro escritor que amo: Luis Fernando Veríssimo). Estou relendo "Olhai os Lírios do Campo". 
É um romance maravilhoso e, de certa forma, muito atual (embora tenha sido escrito em 1938!). E relendo, me deparei com um trecho fantástico do livro! (E agora me permitam um "spoiler", mas não deixem que o "spoiler" lhe tire a vontade de ler o livro. Vale a pena!).
O texto é uma carta da personagem Olívia para seu amado Eugênio, que a deixa para ele após a sua morte. Olívia sabia que Eugênio era inseguro com tudo e também com respeito a Deus. Eugênio se dizia ateu, mas na verdade era um revoltado com Deus por conta de sua vida pobre e humilhante. Olívia, ao contrário, cria em Deus a ponto de ter uma vida feliz, embora também fosse moça pobre. 
O texto dessa carta, quando li o livro pela primeira vez, me levou por curiosidade a ler o texto da Bíblia ao qual ele se referia, no entanto, não ficou bem nítido o sentido porque eu tinha 15 anos e, apesar de não ser ateia como Eugênio, eu não era muito religiosa. Mas achei o texto bonito e romântico, só não percebi a profundidade das palavras de Jesus, na ocasião.
O texto ao qual Olívia se refere, se encontra no Evangelho de Mateus, capítulo 6, versículos 28 e 29. Vale a pena ler o texto todo, chamado Sermão do Monte que vai do capítulo 5 ao 7. Nesse texto Jesus fala sobre as ansiedades da vida e nos tranquiliza dizendo que Deus conhece tudo o que precisamos, basta que olhemos o que ele criou e como cobriu sua criação de bênçãos sem fim. 
"Olhai os lírios do campo" é uma exortação para que vejamos a glória de Deus na natureza e, também é uma prova de sua existência. 
Na carta de Olívia, Érico Veríssimo coloca com mestria (é óbvio) sua interpretação desse texto. 
Melhor transcrevê-lo:
Primeiro Olívia fala sobre o ateísmo, tentando fazer Eugênio entender que existe sim um Deus e que o mal vem de nós e não Dele:
Deus é tão poderoso que está presente até nos pensamentos dos que dizem não acreditar na sua existência. Nunca encontrei um ateu sereno. Eles se preocupam tanto com Deus como o melhor dos deístas.
O argumento mais fraco que tenho contra o ateísmo é que ele é absolutamente inútil e estéril; não constrói nada, não explica nada, não leva a coisa nenhuma.
Mais adiante, Olívia fala sobre os lírios do campo:
Os homens deviam ler e meditar esse trecho, principalmente no ponto em que Jesus fala sobre os lírios do campo que não trabalham nem fiam, e no entanto nem Salomão em toda a sua glória jamais se vestiu como um deles.
Está claro que não devemos tomar as parábolas de Cristo ao pé da letra e ficar deitados à espera de que tudo nos caia do céu. É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer uma pausa para olhar os lírios do campo e as aves do céu
Lindo, não? Acho que devíamos presentear muitas pessoas (dentre as quais os políticos) com esse romance, já que, para alguns que se dizem "ateus" e outros simpatizantes de Cristo é muito custoso ler a Bíblia. Quem sabe, por pura curiosidade, como eu fiz, eles queiram ler o Sermão do Monte...o resto é com o Espírito Santo!

segunda-feira, 5 de agosto de 2024


 O PODER DA PALAVRA

Diz o sábio no livro de Provérbios em seu capítulo 18 versículo 21: A morte e a vida estão no poder da língua. Me diga, concorda com isso? A Bíblia nos dá exemplo de como esse poder se dá. Há vários textos que nos advertem quanto ao poder da língua, da palavra. 

Jesus ficou maravilhado quando um centurião romano lhe pediu ajuda para curar seu servo querido dizendo que ele não era digno que Ele entrasse em sua casa mas apenas uma palavra Sua e seu servo seria salvo. Ele tinha essa consciência porque era chefe de um exército e com apenas uma ordem sua falada os soldados obedeciam. E assim foi feito. Jesus disse "seu servo está curado" (palavra de comando) e o centurião voltando para casa encontrou seu servo bem novamente.

E, dentro desse contexto, o livro de Tiago também nos adverte quanto a língua, em seu capítulo 3, nos versículos 4 e 5, ouçam : Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa. Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.
Pois é, hoje em dia o que mais fazemos é falar, mesmo que por digitação de mensagens. Falamos o que queremos, dizemos o que vem na mente e nos vangloriamos que somos apenas sinceros e verdadeiros. Muitos não percebem que certas "verdades" são de fato falta de educação, ofensa e maldição. 

Em Psicologia, estudamos o poder da sugestão, ou seja, a palavra de comando que pode fazer uma pessoa se curar ou adoecer. Isso é visto no dia a dia também, e usado de forma indiscriminada e criminal (algumas vezes) por líderes e políticos do mundo todo. 

Palavras distorcidas, palavras torpes, palavrões, palavras de coragem, de fé, palavras de incentivo e de descaso. O ser humano gosta de falar. Tudo bem. Tem vezes que falar faz bem. Tem vezes que falar é curativo. A psicoterapia trabalha com as palavras. Elas são importantes para desaguar os traumas contidos e mal elaborados. Mas quando não temos consciência de que precisamos falar para nos curar, usamos as palavras como avalanches levando tudo que encontra montanha abaixo. 

Cada emissão de uma palavra pode ser libertador ou  aprisionador. O pior é quando a palavra se volta contra seu emissor. É, isso acontece! 
Deus criou o mundo com a Palavra. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. (Jo 1.1). Se somos seus filhos, temos esse poder por hereditariedade e a Bíblia nos previne a fazer bom uso das palavras.

As bênçãos são palavras de comando na vida de uma pessoa. As maldições também.

Cuidado com o que fala, cuidado para quem fala, cuidado como fala. Use sempre palavras de bem. Palavras são energias que se são boas retornam para quem as proferiu fazendo o bem também ao emissor.
Ao entrarem na casa, saúdem-na. Se a casa for digna, que a paz de vocês repouse sobre ela; se não for, que a paz retorne para vocês. (Mt 10.12,13).

Então, meus queridos, que a Paz esteja sobre vocês!

segunda-feira, 8 de julho de 2024


 A MANEIRA CERTA DE AGIR

Uma máxima empresarial tomou as ruas e virou ditado popular: "o certo é o certo, mesmo que todos estejam fazendo errado, e o errado é errado, mesmo que todos estejam fazendo o certo". De fato, não há relatividade no errado ou no certo. Eles são absolutos. Assim como o pecado. Ele também é absoluto, nem que seja um "pecadinho". O pecado não é relativo, como muitos hoje em dia estão colocando. E, pasmem, até alguns cristão se enveredam pela relatividade do pecado.

Ao se dizer cristão, você não só tem que ser cristão, mas também parecer com cristão, ou seja, agir como. Acho graça de algumas pessoas que quando são perguntadas se possuem religião falam "sou tal" e quando perguntamos se segue os preceitos de sua religião, dizem "não, apenas gosto da doutrina ou da filosofia". Como assim? Não há relatividade em Cristo, ou em qualquer forma de fé. A fé relativa é dúvida. Fé é a certeza de coisas que se esperam, e que não se veem, já dizia o autor de Hebreus (11.1). 

Independente da religião ou da crença que você segue, não dá para ficar em cima do muro! Em nossas igrejas (evangélicas) tenho visto muitas pessoas assim! Ficam lá como simpatizantes, mas não se comprometem, ficam só (como costumamos dizer), no banco. Ok, melhor do que nada, mas uma hora será necessário tomar uma posição assertiva, absoluta. 

No caso de cristãos, é imperativo que se tome ações corretas de agir. Assim, para os que se dizem cristãos, segue algumas orientações importantes tiradas do texto de Gálatas 1.6-10:
1) Conheça bem a mensagem que você diz crer - como aparecem cristãos dizendo "abrobrinhas"! Falam como os papagaios, ou seja, apenas repetem o que outros falam sem nem sequer questionar. Há várias passagens na Bíblia que nos exortam a ler a Palavra (Js 1.1; At 17.11; Hb 4.12; Lc 11.28 etc), para falar com segurança, devemos conhecer sobre o que estamos falando.
2) Não distorça a mensagem - a Palavra de Deus é absoluta, a Verdade, portanto, tudo o que passa disso é anátema (Gl 1.8-11). Não devemos forçar o texto bíblico para nos servir, não devemos fazer a Palavra se encaixar em nossa realidade, mas nós é que devemos ter a maneira correta de agir conforme a Palavra.
3) Não crie barreiras desnecessárias para apresentar o Evangelho - quando pertencemos a Cristo, temos dons que geram ministérios. Temos que usar esses dons e ministérios para o Reino de Deus. O serviço para o Senhor não tem aposentadoria e não se prende a qualquer impedimento, qualquer mesmo. Sei de cristãos que em meio ao leito de hospital, em estado terminal, falavam do Evangelho para médicos e enfermeiras e mostravam o quanto estavam tranquilos com tudo isso. Os profissionais ficavam encantados, alguns se converteram. Então, não dê desculpas. 
4) Observe o contexto em você está - atue com o que o Senhor lhe dá como ferramentas do meio onde você vive. "Brilha no meio do teu viver" já diz o hino.

Enfim, essas recomendações são para aqueles que são simpatizantes do cristianismo, que ainda não tomaram uma atitude assertiva e definitiva por Cristo. Mas também são para pessoas que fazem um serviço "meia bomba" para o Reino. E também para cristãos valorosos que servem conforme a palavra de homens que supostamente atuam como líderes espirituais. Você se encaixa em alguns desses tipos? Será que aqueles que não creem estão vendo Cristo em você?

Termino com as palavras de Charles Negreiros, escritor e colaborador do Manancial (livro de devocionais), que escreveu o devocional do dia 02/07/2024, com o título que também é epígrafe desse artigo:
Você quer agradar a Deus mesmo? Então, repreenda com amor os que já creem quando estiverem se desviando da verdade do Evangelho. Aos que não creem, você já sabe, mas vou dizer assim mesmo: brilhe a luz de Jesus Cristo na vida deles, seja a Bíblia que eles não leem, a igreja à qual eles não vão. (grifo meu)

Aja da maneira correta de agir. Lembre-se o pecado não é relativo e o certo também não!


(Baseado no texto de Charles Negreiros, Manancial 2024, do dia 02 de julho)

sábado, 15 de junho de 2024

 TODA DOR É POR ENQUANTO

Já dizia Eclesiastes, "tudo tem o seu tempo determinado..." (Ec 3.1) , e segue descrevendo coisas sazonais reais e abstratas. 


Sim, o tempo passa, e com ele as coisas que ele trouxe. Tudo, de fato, passa, até nós passamos! Nada é para sempre e nada volta. Seguimos em frente como se estivéssemos em um trem que para de estação em estação. Pessoas sobem, pessoas descem. E o trem segue. Um dia, somos nós que vamos descer.

Sei que esse "papo" parece meio mórbido, mas, na verdade, é um "papo" de esperança. Há coisas que precisam mesmo passar, como, por exemplo, a dor. Seja uma dor física ou uma dor emocional, ela incomoda, irrita, inquieta, nos debilita. Mas que bom que toda dor é por enquanto! Porque como todas as coisas, ela também passa. Precisa passar. 

O mundo atual é cheio de dores, muitas dores. E Jesus Cristo diz que é só o princípio (Mt 24.8), mas essas, por piores que sejam e por piores que ficam a cada dia, também vão passar (Ap 21.4). 

Na minha profissão, eu trabalho com as piores dores que existem: as emocionais. Não há um remédio que tomado de 8h em 8h durante 3 dias faça passar. O remédio para essas dores é o tempo. Aos poucos ela vai direcionando para outro momento e como crianças acabamos nos entretendo e paramos de chorar. 

O problema é o tempo que o tempo leva para aliviar as dores. É muito tempo! Mas isso é só uma percepção. O tempo leva o tempo que tem que ser: o tempo certo de todas as coisas. O problema é que dor incomoda demais e, então, começamos a sentir nosso tempo como se não fosse acabar. Mas, acredite, é só por enquanto. Vai passar.

O importante é que cada dor imprime uma história de vida em nossas mentes que nos amadurece e nos fortalece. Sei, sei, parece absurdo o que estou dizendo, mas vejam, o vaso de barro para ficar forte precisa passar pelo fogo. Assim somos nós, forjados de dor em dor. 

Mas ela passa, é por enquanto. E em sua passagem, vem o tempo da alegria, do regozijo. Esse é o fôlego que Deus nos dá. E, saibam que esse fôlego também dura muito tempo, mas como é prazeroso, sentimos como se fosse só um instante. Não é. Talvez devêssemos aproveitar mais o tempo da alegria com a mesma intensidade que sentimos o tempo da dor. Por que não?

Seja como for, Eclesiastes tem razão, tudo tem seu tempo certo debaixo do sol. Portanto, se agora há alguma dor no seu coração, alguma tristeza, saiba que...é por enquanto! Vai passar. O Tempo é o melhor remédio (e agora escrevi "Tempo" com letra maiúscula porque Deus é o Senhor do tempo, aliás, Ele é o próprio Tempo). 

Chore, sinta, grite, esperneie, mas saiba que é só por enquanto. Aproveite o momento para se fortalecer e tirar lições porque daqui a pouco vem a alegria e é hora de "curtir" intensamente.

Dedico esse texto a todas as pessoas que sofrem: os enlutados, os enfermos, os solitários, os dependentes químicos, os que enxergam a vida como se não valesse a pena. Saibam que vale a pena sim! Saibam que toda dor é por enquanto! A alegria vem logo!


sábado, 4 de maio de 2024

A MELHOR DECISÃO DA MINHA VIDA 

Um dia, conversando com um amigo, ele me contou que uma conhecida sua tinha dado um ponto final no seu relacionamento de alguns anos. Ela se expressou com a frase "foi a melhor decisão da minha vida". 

Há uns anos, bem antes do meu amigo mencionar esse episódio, uma colega de trabalho estava em um momento filosófico da sua vida e conversando comigo sobre o livre-arbítrio me disse que o problema da humanidade era justamente esse: o livre-arbítrio, porque nos dá o poder decisão, de escolha, mas, disse ela, o problema é que não sabemos escolher, e quando o fazemos, é sempre a pior escolha.

Fiquei pensando nesses dois episódios e busquei um sentido nisso. E a pergunta que ficou em minha mente foi: afinal de contas, como podemos afirmar com segurança que uma decisão tomada foi a melhor de nossas vidas? A resposta veio em seguida: provavelmente só saberemos com segurança, quando, passados algum tempo, talvez anos, verificarmos que nossa vida seria bem pior se tivéssemos ido por outro caminho. Então, não há como afirmar, como fez a conhecida do meu amigo, que tomamos a melhor decisão de nossas vidas tão logo a tomemos. Talvez seja melhor dizer: naquele momento me pareceu que foi o melhor a fazer. 

As melhores decisões de nossas vidas não são tomadas sem uma reflexão e sem uma estratégia. Optar não é algo fácil. Se for feito num impulso, provavelmente será a opção errada. E opções erradas levam a arrependimentos e a pensamentos acusadores do tipo "pensei que seria a melhor decisão da minha vida"! 

Decisões precisam ser tomadas, mas também precisam ser pensadas. É mais difícil quando emoções estão envolvidas. As emoções fazem as tomadas de decisão doerem! Dói tomar decisões e dói também não tomá-las. Aliás decidir não decidir, já é uma decisão, dói de qualquer jeito!

O fato é que a cada momento da nossa vida estamos tomando decisões, e nem percebemos. Mas as decisões mais sérias, não devem ser tomadas de impulso. Para tomar uma decisão que poderá ser, sim, a melhor decisão da sua vida, antes devemos nos conhecer bem e saber dos nossos limites e o caminho que queremos seguir. Depois vale fazer uma pesquisa de mercado (saber de outras pessoas que tomaram aquele caminho como estão e como foi seguir por ali), por fim, e não menos importante, precisamos em oração, perguntar o que  Deus pensa dessa decisão. 

Ah! Você não é cristão? É de outra religião? Ou mesmo é ateu? Tudo bem, experimente tomar a decisão de orar a Deus mesmo assim. Taí uma decisão que pode ser tomada sem pensar muito, porque, com certeza é a melhor decisão da vida.

Sabe, decidir exige muita responsabilidade, por isso, sempre é bom ter a cumplicidade de alguém que nos ama incondicionalmente.

Muitas vezes, decisões de outros nos afetam profundamente. Algumas decisões que outras pessoas tomam podem nos fazer muito mal. Penso que pode ter sido o que aconteceu com o namorado da amiga do meu amigo 😕! Mas, no final das contas, se eu pudesse, diria a ele que está tudo bem, algumas vezes, se olharmos bem, o outro, na verdade, tomou a melhor decisão das nossas vidas!! Mas, para perceber isso, devemos entender que nós precisamos somente de duas pessoas para nos ajudar nas decisões: Deus e nós mesmos! 

Seja como for, tome decisões. Tome a decisão de ser feliz e de fazer alguém feliz. Tome a decisão de se amar, de se cuidar, de seguir firme em um propósito. Tome a decisão de ser o milagre que você gostaria de ver no mundo! Tome a decisão de não permitir que a decisão do outro interfira na sua felicidade. 

Não tenha medo das decisões! Você as domina! Não elas a você! Apenas controle os desejos impulsivos e "bora ser feliz"!




sábado, 2 de março de 2024

PEQUENAS COISAS, GRANDES PROBLEMAS 

As notícias não são boas. A epidemia de Dengue tem se alastrado pelo país. Mais de 600 pessoas já morreram. E, embora esse número pareça pouco diante da pandemia de Covid, vamos lembrar que se trata de 600 almas que foram ceifadas, talvez cedo demais, por conta de uma picada de um mosquito. Um mosquito!! Sabe qual o tamanho dele? 0,5 a 1 cm!!! Pegue uma régua. Veja quanto significa isso. Mas, note, um ser tão pequeno é um matador em potencial de outro ser que é imensamente maior do que ele!


Esse pequeno ser, é o transmissor da dengue, chikungunya ("abrasileirando": chicungunha), zica e febre amarela! Todas doenças tratáveis, que podem ser prevenidas, mas com grande potencial de morte.

Me preocupa saber que, diferente da Covid quando a proteção e prevenção era somente o isolamento social e a vacina, a dengue é contraída até mesmo dentro de casa. E quem transmite não é outra pessoa, é um mosquito que invade seu lar e rouba sua saúde. O arsenal contra ele ainda é fraco. Mas a arma mais potente é "matar o mal pela raiz", ou seja, evitar a proliferação.

Às vezes, em termos emocionais e até espirituais, temos medo daquilo que parece um monstro: ansiedades, depressão etc, mas deixamos de verificar que essas coisas começam com pequenas coisas, a tal gotinha d'água! Um "start"!

As pequenas coisas são capazes de grandes coisas e, muitas vezes de grandes problemas. Diante delas nos sentimos como Golias diante de Davi. Desprezamos seu potencial por conta de seu tamanho, mas vamos lembrar que esse foi o grande erro de Golias (fora o fato de que ele também desdenhou do Senhor Deus). Precisamos estar atentos às pequenas coisas que nos fazem mal: pequenos problemas, pequenos insetos, pequenos rumores...

Temos que lembrar que "uma pequena brisa pode ser anúncio de uma grande tempestade". Tudo no mundo começou e ainda começa com pequenas coisas. Muitas vezes as pequenas coisas podem até ser algo do bem, o que não invalida o fato de que temos que estar atentos a elas.

O pecado também começa com uma pequena coisa, do tipo "o que que tem?" e, como o aedes, o pecado tem grande potencial de morte, seja literal ou espiritual.

As grandes ideologias começaram com um simples pensamento de alguém, algo pequeno que cresce quando compartilhado. Uma simples sugestão mental, se transforma em guerra. Um mal-entendido, "mal falado", um pequeno boato, tudo isso tem potencial para se transformar num grande Golias.

Como seres humanos, racionais (será?), inteligentes (será?), devemos estar atentos ao que se inicia pequeno, seja o que for. Nunca devemos desprezar nada e ninguém por seu tamanho, mas devemos enxergar seu potencial para o bem ou para o mal.
É  claro que há um lado bom nisso tudo! Sempre há! Davi era pequeno e destruiu Golias, grandes empresas começaram com pequenos negócios, uma pequena fé pode mover montanhas e por aí vai. No entanto, o mundo não tem essa análise quando se trata de coisas pequenas. Em geral, nossa tendência é ignorá-las e com isso perdemos o que elas podem construir de coisas boas e também perdemos a prevenção das coisas que elas podem construir de mal. 

Nos tempos atuais, nunca foi tão urgente que passemos a analisar as pequenas coisas: mosquito, projetos de lei, um único caso de uma nova doença, concessões para condenados, uma palavra, um gesto.

Palavras, então, ufa! como são perigosas! Temos que ter cuidado com o que falamos. A palavra tem o poder de vida e de morte (Pv 18.21). É um pequeno pedaço da língua portuguesa, mas com grande potencial. 

Enfim, vamos estar atentos às pequenas coisas. Nada de desprezar o que é pequeno: seu potencial pode surpreender!

PS: VAMOS CUIDAR DO COMBATE AO MOSQUITO. VAMOS LEVAR A SÉRIO. PESSOAS ESTÃO MORRENDO! CUIDEM-SE!


sábado, 3 de fevereiro de 2024

DE CRISTÃO PARA CRISTÃO

Tenho observado bastante algumas igrejas e alguns cristãos. E como sou uma leitora assídua da Bíblia, tenho feito comparações. 
Com isso, me assusta perceber o quanto estamos distante da Lei que prometemos cumprir e professar! Como me parece que nos perdemos em algum lugar do mundo moderno e nos tornamos a "geração do que-que-tem"! Tudo parece meio fora dos trilhos e meu medo é de descarrilarmos! (Pois é, a Bíblia diz que nós vamos (descarrilar)!!!).
Mas o pior de tudo isso é verificar que a maioria das pessoas da "geração do que-que-tem" é cristã. A igreja deveria ir ao mundo, mas foi o mundo que entrou na igreja e a tem destruído...aos poucos, sutilmente, igual a história do sapo (o sapo tem sangue frio, se colocarmos ele diretamente em água fervendo, ele dará um salto e pulará fora d'água, mas se colocarmos ele na água e esquentarmos aos poucos, ele vai morrer), assim parece a igreja diante do mundo, como o sapo.

Tirei alguns textos do livro de Êxodo (só do livro de Êxodo, por enquanto. E só alguns!) para tentar correlacionar (ou não) com a igreja e os cristãos de hoje em dia. Vamos ver?
1) Êx 20.3 - Não terás outros deuses diante de mim.
É claro que aqui se fala da idolatria (do grego: eidololatria - eido = ver, perceber com os olhos e latreia = serviço sagrado, adoração). Pela definição, podemos entender que a idolatria se refere a todos os "deuses" (ídolos) que tomam o primeiro lugar que é do Senhor Deus em nossas vidas. Assim, um crente idólatra é aquele que ama mais seu filho, dinheiro, partido político, artistas, pastores, igreja etc mais do que a Deus. (Conhece algum cristão assim? Eu conheço alguns!...Você é assim?!! Espero que não!!)
2) Êx 20.7 - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.
Quem nunca falou coisas como "Meu Deus!", "Por Deus!" etc? Bem, eu já. Mas o nome de Jesus (que é sobre todos) tem estado tanto na boca do povo e em jargões que virou até piada, brincadeiras para provocar os cristãos. Mas, pasmem, os cristãos riem e gostam e entram na brincadeira ("que que tem"?)
3) Êx 23.1 - Não espalharás notícias falsas, nem darás mão ao ímpio, para seres testemunha maldosa.
Esse mandamento quase que dispensa explicações. O que tem de cristão repassando fake news (sim, porque hoje se fala tudo em inglês, é mais chique!!) em grupos de wsapp e até em bate papo. Nem se prestam a consultar a veracidade da notícia. Não chegam aos pés dos crentes de Bereia (At 17.11)!!!
4) Êx 23.8 -  Também suborno não aceitarás, porque o suborno cega até o perspicaz e perverte a palavra dos justos.
O suborno é uma forma de corrupção. E é o que mais vemos hoje em dia: pessoas se corrompendo por ideias, por outras pessoas, por...(bem, desnecessário continuar)... "trinta moedas de prata" (Mt 26.15)
5) Êx 23.13 - ...do nome de outros deuses nem vos lembreis, nem se ouça da vossa boca.
Alguns cristãos falam o tempo todo no inimigo e em outros deuses, e até os invocam!!! Pura vaidade! Só para mostrar que não têm medo e que são tão santos que podem fazer essas coisas. Mas aqui não é uma questão de medo, vaidade ou santidade. É uma ordenança, temos que obedecer. A igreja deve ser cristocêntrica (ponto).
Bem, vou parar por aqui. Mas existem outros textos da Bíblia que estão sendo ignorados por cristãos que não leem a Palavra e se deixam levar por "falsos profetas", preferem mesmo acreditar em "carros e cavalos" (Sl 20.7) do que no Poderoso Deus. 
Estamos mesmo na era da Igreja de Éfeso. Vão à Bíblia! Leiam o que o anjo diz à igreja de Éfeso! Eu te desafio! Só digo uma coisa: como essa igreja, a nossa também tem esquecido o primeiro amor (Ap 2)
Vamos voltar à Ele?!

 PS: Não estou nesse texto me excluindo. Sou cristã e também já cometi esses erros. Mas apenas tenho tentado observar melhor as Leis de Deus e não dos homens e tenho tentado me corrigir dos meus maus caminhos. Tenho tentado ardentemente seguir o conselho que Deus deu para Josué (Js1).

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024


 ALVORADA DE UM NOVO ANO
Quem diria que já estamos quase terminando a primeira semana do ano de 2024!
Quando eu era mais jovem ficava imaginando como eu seria em 2024. Com certeza mais velha, mas estaria com boa aparência, mais sábia, com cabelos embranquecendo, saudável...? Enfim, era um exercício de imaginação e ao mesmo tempo um treinamento de preparação para o futuro. E eis que o futuro se transformou em presente e sinto que algumas coisas estão exatamente como imaginei, mas muitas outras não seguiram como pensei. Por que? 
Primeiro porque podemos até planejar o futuro, mas ele pertence a Deus. Como será, quem estará lá, eu estarei lá? Tudo isso não dá para prever. Só podemos tentar estimativas, mas jamais uma certeza. 
Segundo porque no decorrer dos anos, as coisas mudam, eu mudo, você muda. Precisamos nos adaptar ao que vem, e isso mexe com nosso comportamento e planejamento.
E por fim, porque amadurecemos. Criamos senso, juízo. O tempo nos ensina a viver. Somos mais precavidos, prudentes, estáveis, adultos. Ou pelo menos deveríamos ser.
É interessante esse tal de tempo. Ele é livre e (desculpem o paradoxo) altamente atemporal! Mas temos a pretensão de dominá-lo dividindo-o em etapas, eras, anos, meses e até horários. Dessa forma, fazemos com que nossa contagem nos garanta uma organização mental do desenvolvimento de nossas vidas. Pura ilusão, mas funciona!
Passamos recentemente do ano de 2023 para 2024. Ok, sistematizamos o tempo. Mas ele não é assim, é direto, corrido! Só que isso não nos basta. E se formos deixar que ele siga como quer, com certeza acabaremos nos perdendo. Então, é muito bom pensar que a virada de um novo ano, o alvorecer do dia primeiro de janeiro, trará um novo ciclo, uma nova etapa.
Chegamos mesmo a fazer planos...que não cumpriremos😊!Mas fazemos e isso é muito bom. Dá a sensação de controle e ajuda a afastar a ansiedade. Mas devemos lembrar que é só planejamento porque o tempo é regido por Deus. Aliás creio que Ele é o Senhor do tempo. Por isso nos é tão difícil entendê-lo. Por isso também Cristo Jesus diz em seu Sermão do Monte descrito no Evangelho de Mateus, capítulo 6, que não seríamos capazes de acrescentar um "côvado" (podemos interpretar como "um dia") ao curso de nossas vidas, quando estamos ansiosos por ela. E acrescenta que Deus é que sabe disso, temos apenas que acalmar nossa ansiedade entregando nosso futuro ao Senhor do tempo.
Sendo assim, não é algo ruim demarcar o tempo. Apenas não podemos achar que com isso o dominamos. É importante planejar, organizar a vida. Planejamento é uma ótima arma contra o caos que por sua vez é o pai da ansiedade. 
Então, como dizia um amigo meu, vamos planejar o futuro, curar o passado e viver o presente! Só não devemos esquecer uma recomendação de Tiago (Tg 4.14,15): "Contudo, vós não tendes o poder de saber o que acontecerá no dia de amanhã. Que é a vossa vida? Sois, simplesmente, como a neblina que aparece por algum tempo e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis afirmar: “Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo”. 

FELIZ ANO NOVO! FELIZ TUDO NOVO!
(Se o Senhor Deus quiser!!🙏)